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domingo, novembro 27, 2005



Chegou ao quarto. O corpo semi-nú dela inspirava desejo. Mais que um desejo profano, erótico, sensual ou pornográfico até, inspirava um desejo mental. Um desejo de possuí-la por inteiro, assim, bem lugar comum. Lugar comum como só as paixões sabem ser. Ficou apenas olhando, sabia que o próximo passo poderia mudar toda a sua vida. Ficou olhando. O desejo se misturando com afeto, amor e enlevo. Sabia que não tinha mais volta, tinha ido longe demais para isso. Ficou olhando. Agora os olhos dela miravam diretamente os seus, num misto de admiração e curiosidade (tinha planos para eles). Ele avançou. Seu último pensamento isento: Salvação eterna ou danação eterna? Foi.


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quinta-feira, novembro 24, 2005

A máquina digital voltou do pronto-socorro. Ganhou uma sobrevida ao custo de R$ 270,00. Quase foi aposentada e trocada por um modelo mais novo de 5 mega-pixels. Ficou a sensação de que ela não é mais a mesma.

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A vida vai se recriando. Com o tempo tudo se transforma e fica rigorosamente igual.

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Ainda sobre a feira do livro que terminou dia 15:

Conferencia e bate-papo com Luciano Volcanoglo Biehl - "O mundo quântico:uma nova percepção da realidade - O que faríamos se descobríssemos que o nosso mundo é imaginário?" - O tema, polêmico e envolvente lotou a sala leste do Santander Cultural, o tempo passou voando e deixou a vontade de continuar o assunto por sí mesmo inesgotável.

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Sou um dos poucos caras que não assistem TV e, pasmem, tenho sobrevivido.

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Um dos maiores problemas da sociedade de consumo ocorre quando descobrimos que o que procuramos não é comercializado. ( Ex. Por que até hoje não lançaram o filme HAIR - de Milos Forman - em DVD?)

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Pouca inspiração e sono. Boa Noite!

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quinta-feira, novembro 17, 2005

- Então tu tá me dizendo que eu morri?
- Foi o que tu escutou.
- E aqui é o Céu ou o Inferno?
- Sei lá...
- E tu quem é?
- Eu sou o Nereu.
- Nereu? Que Ne... Opa, sem piada sem graça pro meu lado.
- Siguinte, cara, me mandaram prá te ajudar quando tu acordasse.
- Me ajudar? Podicrê. Tú tá ajudando um monte.
- A tua alternativa é um castelhano...
- Deixa para lá. Mas quem foi que te mandou?
- Eles...
- Tá, eles quem?
- Os de branco.
- Os de branco? ahahahaahahahahahah O pessoal do céu é racista, só me faltava esta...
- Eu não disse que aqui é o céu.
- Tá. Vou perguntar de novo. O que é isso aqui?
- Sei lá, já disse...
- Só o que me faltava, morto e ainda na dúvida.
- Tenho que ir. Aproveita e vai conhecendo a área...
- Conhecer o que? Aqui só tem cerração...
- Mais um pouco e tu te acostuma.
- Tá bom! Pelo menos aqui tem mulher?
- Sabe que eu não sei... Se tiver devem estar vendo a novela...
- Aqui passa novela?
- Sabe qu...
- Tá, tá, entendi.
- Tu pode passar o tempo bebendo.
- Boa idéia, onde tem um bar?
- Sab...
- Chega cara, encheu...
- Tá bom, vou indo. Qualquer dúvida é só perguntar...

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Declaração rasgada e explicita (Seção Românticos de Cuba)
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PERFIDIA
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Nadie comprende lo que sufro yo
Tanto, pues ya no puedo sollozar
Solo, temblando de ansiedad estoy
Todos me miran y se van.

Mujer, si puedes tu con Dios hablar,
Preguntale si yo alguna vez
Te he dejado de adorar.

Y al mar, espejo de mi corazón,
Las veces que me ha visto llorar
La perfidia de tu amor.
Te he buscado por doquiera que yo voy,
Y no te puedo hallar.
¿Para que quiero otros besos Si tus labios no me quieren ya besar?
Y tu, quien sabe por dónde andarás
Quien sabe que aventuras tendrás
Que lejos estás de mí.
Que lejos estás de mí.

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sábado, novembro 12, 2005














As imagens falam mais que as letras. Letras que estão impressas nos lívros. Lívros que estão sendo vendidos, tocados, manuseados e até lidos na velha Praça da Alfandega. Praça que todos os anos se abre para a cultura, para o convívio, para a troca de novidades. A cultura está em cada metro quadrado, seja na dança flamenca, no espaço dedicado à Itália, pais homenageado, ao Ceará, estado homenageado, à sede de saber de gente de todas as cores e graças, com muito ou pouco dinheiro (sempre ele!) e a generosidade de dividir tudo isto num espaço de muita democracia, educação e respeito pelo conhecimento. Mais do que homenagear e servir de altar para os Scliars, Quintanas, Caios, Veríssimos, Trevisans, para as Marthas Medeiros, para as Lyas Lufts e para as Cláudias Tajes, a praça reverencia a todos aqueles que amorosamente buscam o alimento para o espírito e a malhação para a mente. Dia 15 termina, termina até recomeçar no ano que vem, com novos e velhos personagens!

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quinta-feira, novembro 10, 2005



RUTH em um momento filosófico.


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domingo, novembro 06, 2005

- E a vida?
- Pois é cara, eu estou a fim da mulher e ela não tá a fim de mim...
- É, é complicado, nós homens alimentamos a fantasia de ter TODAS as mulheres do mundo e elas a de achar UM cara definitivo...
- É...
- É, por isso que o mundo tá do jeito que tá...
- ...

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PANIS ET CIRCENSES (Caetano Veloso / Gilberto Gil)
Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
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Mandei fazer de puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Às 5 horas na avenida central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
.
Mandei plantar folhas de sonho
No jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar
Mas as pessoas na sala de jantar
Essas pessoas na sala de jantar
São as pessoas na sala de jantar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Essas pessoas na sala de jantar


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"O Peregrino Malcontente
- Mário Quintana - do lívro "Apontamentos de História Sobrenatural" Editora Globo 1976.

Íamos de caminhada. O Santo e eu.
Naquele tempo dizia-se: íamos de longada...
E isso explicava tudo, porque longa, longa era a viagem...
íamos, pois, o santo, eu, e outros.
Ele era um santo tão fútil que vivia fazendo milagres.
Eu, nada...
Ele ressuscitou uma flor murcha e uma criança morta
E transformou uma pedra, na beira da estrada,
Em flor-de-lótus.
(Por que flor-de-lótus?)
Um dia chegamos ao fim da peregrinação.
Deus, então,
Resolveu mostrar que também sabia fazer milagres:
O santo desapareceu!
Mas como? Não sei! desapareceu, bem ali, diante dos nossos olhos que a terra já comeu!
E nós nos prostramos por terra e adoramos ao senhor Deus todo-poderoso
E foi-nos concedida a vida eterna: isto!
Deus é assim."

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Meninos e Meninas, eu vi! Deu na Zero Hora deste domingo no Caderno Donna matéria sobre o "Poliamor":

Wath is this?

Trata-se de relações amorosas sérias, íntimas e de longo prazo entre mais de duas pessoas.
Não é igual a uma relação aberta, que permite o sexo casual fora do casamento, nem se trata de infidelidade que implica traição. Se baseia mais no AMOR do que no SEXO e se estabelece com o conhecimento e o consentimento de todas as partes. Tem como valores - ou ideais:

- A LEALDADE ( mais que a fidelidade)
- A CONFIANÇA
- A HONESTIDADE
- A DIGNIDADE
- O RESPEITO
- A COMUNICAÇÃO
- A NEGOCIAÇÃO
- E o estabecimento de relações NÃO POSSESIVAS.

Os críticos dizem que essa forma de relação pode demonstrar incapacidade ou falta de vontade das pessoas envolvidas de se unirem a longo prazo em relações monogâmicas. Já os poliamantes se defendem dizendo que são capazes de assumir vários compromissos, como faz um pai com seus filhos.
-É preciso ter uma grande estabilidade emocional - admite Nan Wise, uma psicoterapeuta que pratica o poliamor.
O assunto é complexo e polêmico, mas já gerou a criação de sites como o
www.polyamory.com e o www.polyamory.org onde os praticantes trocam idéias, além de indicarem canções, ensaios, artigos de opinião, filmes e literatura sobre o tema.

Se este é o laboratório onde se experenciam formas de organização social que podem, quem sabe, pautar novos tipos de relacionamento ou se é apenas mais um modismo de novaiorquinos entediados só o futuro e o sucesso ou o fracasso destas práticas poderão dizer.

Baseado no artigo original de ALEJANDRA VILLASMIL - EFE/Nova York

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sexta-feira, novembro 04, 2005

Pois ontem eu sai do meu trabalho e dei uma volta na feira do lívro. Comprei um livro de bolso em espanhol para praticar a leitura do idioma e de brinde ganhei um suplemento de um jornal Argentino - La Nacion Revista. No tal suplemento encontrei uma saborosa crônica que explica muito sobre a maneira de ser do povo Platino. Transcrevo a dita crônica no original e a seguir coloco a tradução que me atrevi a fazer. É um texto impagável e acredito que vocês, meus (poucos) leitores também vão gostar (¡Un regalo de mi para todos ustedes!):

"A las minas tratalas así

Por Ramiro Sagasti

El tipo tenia más pelos en las orejas que en la cabeza. El cuello, como el de un toro. Su garganta olía a caña quemada.
- A las minas hay que tratarlas así. Lo digo yo, que sé un montón. ¡Salud! - dijo con voz de motor diesel, y vació el vaso -. ¡Otra!
- ¡Vamos, todavía! Chuleta viejo y peludo - dijo el cantinero -. Cuando tenés razón, tenés razón. Si a las minas no les das un viaje de vez en cuando, se te van con otro.
Esta la invito yo.
Chuleta (al tipo le dicen Chuleta) agradeció el trago movendo la cabeza.
- ¿ Y vos qué mirás, flaco?
Se dirigió a mí. Yo había entrado en el boliche para hacer tiempo. Faltaban 15 minutos y salía el tren. Quise esconder las flores. Era tarde.
- Mirá Jacinto -dijo-. El flaco lleva flores. Noooo, pibe. Eso es gilada. La cosa es así: si las tratás bien, se te hacen las difíciles y se van con uno que les falta el respeto. Como yo, que hice cornudos a varios. Hachele caso al que sabe.
Busqué una frase, una que sirviera para callar a Chuleta que seguía:
- El otro día me levanté a una piba... No sabes lo que era. La ves e decís: ésta no le da bola a nadie... Pero el que sabe, sabe...
Encontré la frase:
- ¡Las flores son para la vieja! -casi grité. Chuleta me miró con respeto y brindó a mi salud."

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As mulheres devem ser tratadas assim
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O cara tinha mais pelos nas orelhas que cabelos na cabeça. O pescoço era como o de um touro. O hálito que vinha de sua garganta era de bebida alcólica.
- As mulheres devem ser tratadas assim. Te digo isto porque sei um montão. Saúde! -falou ele com voz de motor diesel enquanto esvaziava o copo-. Outra!
- Tá certo, Chuleta velho (amigo) e peludo - disse o bodegueiro-. Quando tens razão, tens razão. Se não der atenção (uma viagem, um presente) para as mulheres elas te trocam por outro. Este brinde é por conta da casa.
Chuleta (este era seu apelido) agradeceu o trago assentindo.
- Que que tu tá olhando fracote?
Se dirigia a mim, eu que havia entrado na bodega apenas para passar o tempo. Faltavam 15 minutos para sair o meu trem. Quis esconder as flores, mas era tarde demais.
- Olha Jacinto -disse ele falando com o dono-. O fracote leva flores. Nãaaaao, gurí. Isto é uma fria. A coisa é assim: se tu trata elas bem, se fazem de difíceis e vão com um que as trate mal. Um como eu que fiz de cornudos a outros homens. Aquele caso que te contei (Jacinto).
Neste meio tempo eu buscava uma frase, uma que servisse para calar a boca do Chuleta, que seguia:
- Outro dia me interessei por uma guria... Tu não tem idéia do que era. Era do tipo que tu olhava e dizias: esta não sabe de nada... Mas como sabia...
Encontrei a frase:
- As flores são para minha mãe! Quase gritei exultante. Chuleta me olhou com respeito e brindou em minha homenagem.

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