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domingo, março 26, 2006

( Madona - Rafael)
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"Ela tinha dezesseis anos e estava só
Quando eu chequei
Nós crescemos juntos
Minha mãe criança e eu
Agora tudo estava ruim e ela estava assustada
Mas sempre que eu chorava
Ela me tranqüilizava e me acalentava
Me ninando com uma cantiga de rock and roll

Ela cantava: "sha na na na na na na na..."
Tudo dará certo "sha na na na na na na na..."
"Sha na na na na na na na..."
Agora me abrace com força.

Cante para mim mamãe
Cante com doçura e clareza
Mamãe me deixe ouvir aquele velho rock and roll de ninar

Nós produzimos isto naqueles dias solitários
Mas, Deus, como as noites eram longas
E nós sonhávamos com momentos melhores
Quando mamãe cantava a canção dela
Agora eu não posso recordar aquelas palavras
Já não faz sentido tentar
Porque eu sei a quantidade imensa de amor que veio junto
Com aquele rock and roll de ninar." :


Rock and roll lullaby
(Click no sublinhado e escute a música)
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She was just sixteen and all alone
When I came to be
So we grew up together
My mama child and and me
Now things were bad and she was scared
But whenever I woul cry
She’d calm my fears and dry my tears
With a rock and roll lullaby

And she would sing sha na na na na na na na...
It will be all right sha na na na na na...
Sha na na na na na na na...
Now just hold on tight

Sing it to me mama (mama mama ma)
Sing it sweet and clear, oh!
Mama let me hear that old rock and roll lullaby

We made it through the lonely days
But Lord the nights were long
And we’d dream of better moments
When mama sang her song
Now I can’t recall the words at all
It don’t make sense to try
Cause I just knew lots of love came thru
In that rock and roll lullaby

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sexta-feira, março 24, 2006

Me explica
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Que o tempo não existe, eu já sei. Que o que dá a impressão de tempo é a ação da entropia (ou da impermanência) também. Então porque que toda a sexta-feira ao final da tarde dá uma sensação de liberdade?

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sábado, março 18, 2006


Ventania...
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A inexorabilidade da existência... Lembranças que da distância ecoam... Fantasmas do passado vindo pedir abrigo. Espectros de um futuro em tudo incerto...
Paulo estava mergulhado em pensamentos em um final de tarde de autocomiseração. As ruas estavam quase desertas, pois a noite se aproximava e o que todos queriam era chegar logo em casa nem que fosse para fugir de um temporal que começava a se aproximar vindo do horizonte. Caminhava sem rumo, tentando organizar seus pensamentos e descobrir o que, afinal lhe atormentava a alma. Tivera uma infância difícil, o pai se suicidara quando ele tinha dez anos e a mãe chamara para si toda a responsabilidade de levar sozinha a sua vida e a dele. Daí para frente, sempre se sentia agoniado e com algo a provar, não importava para quem. Acreditava que tinha débitos a resgatar e se sentia perdido. Foi sempre um aluno dispersivo, pouco interessado nos conceitos e valores que as escolas tentavam lhe passar. Mas isto não fazia dele um sujeito inculto, ao contrário, adquiriu gosto pela leitura e conhecimento e buscava intuitivamente alimentar sua alma atrás de respostas para tantas perguntas Um raio rasgava o céu. O estrondo lhe assustou um pouco e lhe fez apressar o passo. Não parecia importar-se com nada, nem com os pingos de chuva que começavam a cair. Lembrava de mulheres, várias; de noitadas, poucas; de conversas, muitas. Só não lembrava, pois já não lhe parecia importante, o que o fizera sair da proteção da casa para enfrentar o mundo quando completou vinte anos. Havia conseguido um emprego e, suprema ironia, queria a liberdade. Formou-se em uma noite de gala, com o reitor enfatiotado lhe entregando o diploma e a mãe chorosa dizendo emocionada que completara a sua missão. Fez carreira, nunca experimentou drogas e teve um filho que, ao morrer aos sete anos, deu fim também ao seu casamento. Não se sentia vítima. Não acreditava em religiões e achava que tudo no final talvez fosse explicado como nos velhos debates pós-sessão cinematográfica nos seus tempos de cursinho. A chuva agora estava mais forte, sua roupa encharcada. Continuou caminhando, já sem muitos pensamentos e assim foi durante toda aquela noite de temporal e negritude. Seu corpo foi encontrado no meio de um parque em uma bela e comum manhã de sol

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Payador, Pampa e Guitarra - Jayme Caetano Braum
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Payador - pampa e guitarra,
guitarra - payador - pampa

três legendas de uma estampa
onde a retina se amarra,
payador - pampa e guitarra,
flecos de pátria e poesia
alma - terra e melodia,
sangue de um no corpo d'outro
botas de garrão de potro da lonca da geografia.
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Payador - alma e garganta,
emoção e sentimento,
melodioso chamamento que da terra se levanta
parecendo quando canta,
com entonação baguala
que as aves perdem a fala
e o vento apaga os rumores,
pois para escutar payadores
até o silêncio se cala.
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Pampa - matambre esverdeado
dos costilhares do prata
que se agranda e se dilata
de horizontes estanqueados,
couro recém pelechado
que tem pátria nas raízes
aos teus bárbaros matizes,
os tauras e campeadores
misturam sangue as cores
pra desenhar três países.
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Guitarra - china delgada que
um dia chegou da Ibéria
para tornar-se gaudéria -
da pampa venta rasgada,
- ao payador amasiada, -
nas soledades charruas,
- morando em quartos de luas, -
guitarra e lua são gêmeas,-
e Deus não fez duas fêmeas
mais lindas do que estas duas.
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A guitarra - o Payador e o pampa -
sempre afinados
são cordas dos alambrados da vida,
esse corredor;
paz - liberdade - e amor
que nunca serão proscritos
porque nos ermos solitos
onde o canto se desgarra,
cada alma é uma guitarra
presa entre dois infinitos.
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Glossário:
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Flecos: franjas
Lonca: parte de couro do cavalo ou mula, tirada dos flancos, da região que vai da base do pescoço às nádegas. A lonca não é curtida
Matambre: carne que fica entre as costelas e o couro da rês
Costilhares: parte da rês que cobre as costelas
Pelechado: mudança de pêlo
Taura: diz-se do indivíduo arrojado, valente, destemido, forte, guapo, resistente

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sábado, março 11, 2006


O menino e as Plêiades.
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Nando gostava de olhar o firmamento. Morava na periferia de uma cidade do interior e ficava horas contemplando o céu. Gostava das noites de lua cheia em que o mundo ao seu redor ficava menos escuro e mais iluminado por aquele grande farol esbranquiçado, mas gostava mesmo era das noites de inverno, sem nuvens e de lua nova, quando podia contemplar as estrelas como pontinhos brilhantes. Sabia que os antigos haviam enxergado desenhos de animais e figuras mitológicas no céu e dado nome para eles e sabia que chamavam estes desenhos de constelações (ele só conseguia ver mesmo o cruzeiro do sul). Em uma destas noites, admirando as milhares de estrelinhas visíveis a olho nú percebeu um grupo de sete delas que estavam bastante perto uma da outra. Ficou fascinado e permaneceu olhando só para elas até ser chamado pela sua mãe para ir deitar. O menino foi crescendo e aquelas estrelas específicas sempre lhe chamando a atenção nas suas noites de "observação astronômica". Um dia soube que aquele grupo que tanto lhe dominava o imaginário era chamado de Plêiades (na mitologia grega eram sete irmãs filhas de Pleione e Atlas: Asterope, Taygeta, Maia, Celaeno, Electra, Merope e Alcyone transformadas em estrelas por Zeus para salva-las da perseguição do caçador Orionte) quando então, pela beleza e sonoridade do nome passou a gostar mais ainda delas. O menino ficou adulto, já não mora mais no interior, mas continua, nas noites claras de inverno olhando para o céu e em especial para o conglomerado das Plêiades, neste momento volta à infância e sonha, sonha com um universo que não entende, mas que na sua infinitude enche de poesia e brilho a existência de quem se dispõe a observar um pouco acima das ilusões humanas.

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domingo, março 05, 2006



Finalmente lançado em DVD. Comprei e assisti pela enéssima vez. Impossível ficar indiferente. Sempre a mesma emoção e sempre o mesmo aperto no peito no final. Recomendo que comprem, assistam e assistam este belo hino ao pacifismo. Filmado em 1979, tendo Milos Forman como diretor foi vaiado por uma parcela belicista do público americano e aplaudido no resto do mundo.

LET THE SUNSHINE IN.


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