sábado, março 11, 2006
O menino e as Plêiades.
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Nando gostava de olhar o firmamento. Morava na periferia de uma cidade do interior e ficava horas contemplando o céu. Gostava das noites de lua cheia em que o mundo ao seu redor ficava menos escuro e mais iluminado por aquele grande farol esbranquiçado, mas gostava mesmo era das noites de inverno, sem nuvens e de lua nova, quando podia contemplar as estrelas como pontinhos brilhantes. Sabia que os antigos haviam enxergado desenhos de animais e figuras mitológicas no céu e dado nome para eles e sabia que chamavam estes desenhos de constelações (ele só conseguia ver mesmo o cruzeiro do sul). Em uma destas noites, admirando as milhares de estrelinhas visíveis a olho nú percebeu um grupo de sete delas que estavam bastante perto uma da outra. Ficou fascinado e permaneceu olhando só para elas até ser chamado pela sua mãe para ir deitar. O menino foi crescendo e aquelas estrelas específicas sempre lhe chamando a atenção nas suas noites de "observação astronômica". Um dia soube que aquele grupo que tanto lhe dominava o imaginário era chamado de Plêiades (na mitologia grega eram sete irmãs filhas de Pleione e Atlas: Asterope, Taygeta, Maia, Celaeno, Electra, Merope e Alcyone transformadas em estrelas por Zeus para salva-las da perseguição do caçador Orionte) quando então, pela beleza e sonoridade do nome passou a gostar mais ainda delas. O menino ficou adulto, já não mora mais no interior, mas continua, nas noites claras de inverno olhando para o céu e em especial para o conglomerado das Plêiades, neste momento volta à infância e sonha, sonha com um universo que não entende, mas que na sua infinitude enche de poesia e brilho a existência de quem se dispõe a observar um pouco acima das ilusões humanas.
Nando gostava de olhar o firmamento. Morava na periferia de uma cidade do interior e ficava horas contemplando o céu. Gostava das noites de lua cheia em que o mundo ao seu redor ficava menos escuro e mais iluminado por aquele grande farol esbranquiçado, mas gostava mesmo era das noites de inverno, sem nuvens e de lua nova, quando podia contemplar as estrelas como pontinhos brilhantes. Sabia que os antigos haviam enxergado desenhos de animais e figuras mitológicas no céu e dado nome para eles e sabia que chamavam estes desenhos de constelações (ele só conseguia ver mesmo o cruzeiro do sul). Em uma destas noites, admirando as milhares de estrelinhas visíveis a olho nú percebeu um grupo de sete delas que estavam bastante perto uma da outra. Ficou fascinado e permaneceu olhando só para elas até ser chamado pela sua mãe para ir deitar. O menino foi crescendo e aquelas estrelas específicas sempre lhe chamando a atenção nas suas noites de "observação astronômica". Um dia soube que aquele grupo que tanto lhe dominava o imaginário era chamado de Plêiades (na mitologia grega eram sete irmãs filhas de Pleione e Atlas: Asterope, Taygeta, Maia, Celaeno, Electra, Merope e Alcyone transformadas em estrelas por Zeus para salva-las da perseguição do caçador Orionte) quando então, pela beleza e sonoridade do nome passou a gostar mais ainda delas. O menino ficou adulto, já não mora mais no interior, mas continua, nas noites claras de inverno olhando para o céu e em especial para o conglomerado das Plêiades, neste momento volta à infância e sonha, sonha com um universo que não entende, mas que na sua infinitude enche de poesia e brilho a existência de quem se dispõe a observar um pouco acima das ilusões humanas.
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