segunda-feira, maio 31, 2004
(Epílogo)
Meses depois, ele já não existe. Das pessoas que amou muitas continuam suas vidas, para alguns ele agora é lembrança, para outros, nem isso. As ruas onde andou, os locais que freqüentou permanecem com velhos e novos personagens ali transitando. Na sacada do apartamento que um dia foi dele há uma FLOR banhada pelo sol da manhã; perto dela uma borboleta voa descomprometidamente... (Afinal, existe FINAL?).
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Meses depois, ele já não existe. Das pessoas que amou muitas continuam suas vidas, para alguns ele agora é lembrança, para outros, nem isso. As ruas onde andou, os locais que freqüentou permanecem com velhos e novos personagens ali transitando. Na sacada do apartamento que um dia foi dele há uma FLOR banhada pelo sol da manhã; perto dela uma borboleta voa descomprometidamente... (Afinal, existe FINAL?).
(continuação)
Voava há duas horas. Olhava através da janela do avião o espetáculo do pôr do sol sobre um mar de nuvens. Era um homem de mais de quarenta anos. Começava a perceber como sabia pouco da vida e, agora, já antevendo a libertação do peso da existência, se sentia cada vez mais integrado com o todo. O destino do avião para ele já não importava. Na realidade comprara a passagem para a primeira cidade que lhe veio à mente. Isso era irrelevante, seu destino podia ser qualquer lugar do mundo.
Como estava sendo bom não precisar decidir!
(O final? O final ainda não aconteceu...).
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Voava há duas horas. Olhava através da janela do avião o espetáculo do pôr do sol sobre um mar de nuvens. Era um homem de mais de quarenta anos. Começava a perceber como sabia pouco da vida e, agora, já antevendo a libertação do peso da existência, se sentia cada vez mais integrado com o todo. O destino do avião para ele já não importava. Na realidade comprara a passagem para a primeira cidade que lhe veio à mente. Isso era irrelevante, seu destino podia ser qualquer lugar do mundo.
Como estava sendo bom não precisar decidir!
(O final? O final ainda não aconteceu...).
quinta-feira, maio 27, 2004
Entrou no avião. De repente a sua vida mudara. Há dois dias saíra do consultório com uma sentença. Durante toda a sua vida fizera o que achava que era seu dever fazer. Agora, depois de escutar aquelas três frases ditas pelo médico num misto de impaciência, comiseração calculada e frieza que só os médicos conseguem ter, ele já não sabia o que pensar. Não sentia autopiedade, longe disto, a sensação dominante neste momento em que um que um turbilhão lhe varria o íntimo, era de um certo alívio. Depois de tanto tempo começava a se dar o direito de largar tudo e procurar entender o que, afinal, queria. Às vezes ria de tudo, como se descobrisse uma piada no papel que desempenhara desde que nascera. Lances de sua existência surgiam mentalmente a todo instante, momentos da sua infância misturados com outros da sua juventude, adolescência e início da maturidade. Pensava na loucura de tudo, ou não seria loucura? Podia ser que tudo, enfim, obedecesse a algum padrão ainda não desvendado e por tanto incompreensível.
Como foi dito no início, entrou no avião, sentou ao lado da jovem e aflita mãe preocupada com a criança. Riu daquele quadro: O final ironicamente ao lado do princípio. Aos poucos a aeronave começava a se deslocar na pista para alçar vôo. Ele também tinha a sensação de decolar, decolar em busca de um sentido... (continua outra hora, quem sabe...)
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Como foi dito no início, entrou no avião, sentou ao lado da jovem e aflita mãe preocupada com a criança. Riu daquele quadro: O final ironicamente ao lado do princípio. Aos poucos a aeronave começava a se deslocar na pista para alçar vôo. Ele também tinha a sensação de decolar, decolar em busca de um sentido... (continua outra hora, quem sabe...)
domingo, maio 23, 2004
Chove sobre Porto Alegre
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sábado, maio 22, 2004
Há muito tempo que ando
Nas ruas de um Porto não muito Alegre
E que, no entanto, me traz encantos
E um pôr-do-sol me traduz em versos
De seguir livre muitos caminhos
Arando terras, provando vinhos
De ter idéias de liberdade
De ver amor em todas idades
Nasci chorando, Moinhos de Vento
Subir no bonde, descer correndo
A boa funda de goiabeira
Jogar bolita, pular fogueira
Sessenta e quatro, sessenta e seis,
Sessenta e oito, um mau tempo talvez,
Anos setenta, não deu pra tí
E nos oitenta não vou me perder por aí.
Música Horizontes
Elaine Geyser
sexta-feira, maio 14, 2004
Acontece. Mais cedo ou mais tarde: Tomar consciência das próprias limitações. Começar a entender a relação entre o desejado e o possível. Nestes momentos vemos o quanto somos humanos e falhos e abrimos uma porta perceptiva para entender os outros seres. Isto deve ser a tal compaixão, tão entendida racionalmente e menos praticada. Quando visitamos as nossas fronteiras e os nossos limites, passamos por um processo de reflexão, amadurecemos e começamos a agir mais e com mais cautela, com menos arroubos e afobação. Pode ser um pouco frustrante, as vezes, mas ganhamos em troca a serenidade e a paz de espírito. É um processo infindável e é com ele que nos descobrimos.
Conversa de acomodado? Talvez sim, talvez não. Não existe uma resposta, existem várias, todas verdadeiras e falsas ao mesmo tempo e é isto que faz da vida um processo de magia e arte, nos aproximando do universo...
Forte abraço para todos.
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Conversa de acomodado? Talvez sim, talvez não. Não existe uma resposta, existem várias, todas verdadeiras e falsas ao mesmo tempo e é isto que faz da vida um processo de magia e arte, nos aproximando do universo...
Forte abraço para todos.
quinta-feira, maio 06, 2004
As Meninas
Arabela
abria a janela
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
olhava e sorria:
"Bom dia!"
Arabela
Foi sempre a mais bela.
Carolina
a mais sábia menina.
E Maria
apenas sorria:
"Bom dia!"
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.
Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
"Bom dia!"
Cecília Meireles
Eu até hoje, quando leio esta poesia sinto vontade de chorar, chorar por não ter conhecido Maria...
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abria a janela
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
olhava e sorria:
"Bom dia!"
Arabela
Foi sempre a mais bela.
Carolina
a mais sábia menina.
E Maria
apenas sorria:
"Bom dia!"
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.
Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
"Bom dia!"
Cecília Meireles
Eu até hoje, quando leio esta poesia sinto vontade de chorar, chorar por não ter conhecido Maria...
domingo, maio 02, 2004
sábado, maio 01, 2004
- Namoro consiste em palavras e gestos gentis e agradáveis?
- Se não for assim é namoro?
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- Se não for assim é namoro?