sábado, abril 14, 2007
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ELE
Uma vida, uma tarde de sono, antes uma cerveja com sanduiche de galinha desfiada. Alguma apreensão própria da existência. Insatisfação leve com a vida (Mas quem é totalmento satisfeito com ela?). Ontem viu um filme do tempo da sua juventude, tinha aquele homem invencível que voa, naquela versão que acabou sendo, na opinião de muitos a "melhor". Este filme tem uma história de amor platônico entre o tal herói e uma moça do ramo das comunicações sociais (nome mais pomposo para uma aréa que vai desde a faculdade de letras até a publicidade e propaganda). O tal amor platônico é parecido com o que ele gosta de ter por algumas pessoas com quem tem afinidade (Também, mundo complicado esse onde quem quer amar de "verdade" tem de firmar compromisso em cartório e as vezes também em uma cerimonia pomposa na frente de uma autoridade religiosa sonolenta e de amigos, convidados e do povo em geral.) Ele, carente como todos os outros homens gosta mesmo é de conversar, especialmente com alguém por quem se sinta intelectualmente atraido. Gosta disso e acha que os seus melhores orgasmos não foram os físicos (isso não quer dizer que ele não goste), mas sim os mentais, frutos de interações mente-a-mente (popularmente chamados de bate-papo) . Já enfrentou situações difíceis e uma vez chegou a ir para o inferno ou algo semelhante, da onde voltou e onde, gosta de imaginar, acabou aprendendo alguma coisa. Alguns o consideram um cara frio, ele, calejado, não se imagina tanto assim. Tem 3 filhos uma mulher, um gato, um emprego e gosta de navegar pela internet. Gosta de arte e tem um canal no You Tube onde já postou filmes domésticos feitos por ele (alguns como personagem). Tem quarenta e cinco anos. Quando levanta diz um mantra que aprendeu com os indios americanos do norte: "Este é um bom dia para morrer ". Gosta da vida, apesar de, as vezes a achar chata e monotona. É cheio de defeitos que a sua mulher conhece e perdoa (as vezes nem tanto), gosta de gostar, mas já não se importa de brigar quando for preciso, pois foi criado para ser "bonzinho" e isso, só Deus sabe o quanto lhe atrapalhou. Tenta ser fiel a si mesmo e não mentir, apesar de preferir pegar leve a ser friamente franco. É formado em Ciências Jurídicas e Sociais e prefere a Diplomacia à guerra. Não gosta do festejado "Arte da guerra", prefere o menos divulgado "Bhagavad Gita" onde Arjuna combate, em uma luta fraticidra o seu primo Duryôdhana (Neste livro, Krishna, condutor do carro de Arjuna lhe ensina como combater um exercito muito mais poderoso e aparentemente imbatível). Gosta de polêmicas e detesta o pensamento único. Gosta do desafio do contraditório e de defender causas difíceis e não abençoadas pelo senso comum. Está sempre em busca de algo que não sabe bem o que é, onde vai encontrar e sequer se encontrará ao longo da eternidade que acredita ter pela frente. Descrê de qualquer religião e tem o maior respeito pela espiritualidade. Gosta de se dizer Zen Budista (seja lá o que for isso). Prefere escrever textos curtos a longos, já tentou escrever um romance levemente açucarado onde não passou do sétimo capítulo por pura falta do que dizer pois descobriu que a felicidade, sozinha, rende menos enredo que o drama. Não é suicida mas acha que a morte tem um certo charme de mulher misteriosa e por isso tem curiosidade sobre o que vai descobrir acerca quando chegar a hora. Agora ele cansou de escrever e de falar de si mesmo, mas promete voltar quando tiver algo a dizer que considere relevante para a evolução (?) da humanidade.
Assim é ele.
PS - Ele quer acreditar que Deus acredita nele.
Té mais :-).
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