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segunda-feira, junho 12, 2006


Por que me olhas assim Maria Fernanda?
Acaso tens a pretensão de me amar?
Por que me olhas assim Maria Fernanda?
Teu olhar sempre insondável que não se deixa perscrutar
Tens ainda a determinação da jovem mulher que um dia conheci
Querias, e ainda queres sorver o mundo
Qual Deusa inatingível que hora abençoa
Hora reverbera no ar toda a sua inconformidade
Uma inconformidade capaz de arrasar ou criar,
Ou ainda recriar a própria criação
És voluntariosa Maria Fernanda, tu bem sabes
O que queres da vida não é pouco e nem é rapidamente conquistável
Tua vaidade te dá poder e as vezes te arruína
Não somos tão potentes quanto gostarias
Teus padrões extrapolam o alcançável
Queres mover céus e terras,
Reinventar a roda
Recriar a criação
E queres fazer isto sem perder a tua inocência
Sem parecer indecente
Sendo amorosa sem submição
Poderosa sem crueldade
Amante sem pornografia
Realmente, não queres pouco Maria Fernanda
E o teu querer me confunde
E atrai
Com toda a vontade de te decifrar
Como quem decifra os mistérios mais profundos



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