domingo, dezembro 25, 2005
|quinta-feira, dezembro 22, 2005
|segunda-feira, dezembro 19, 2005
Se encontraram, ela vinte e poucos, recém formada em administração e sem maiores perpectivas de evolução profissional (aliás, estava desempregada). Ele um executivo bem sucedido (isso é, ganhava mais do que precisava para viver bem e sem motivação para gastar o muito que tinha guardado), na faixa dos quarenta e "entediado da vida".
Como é comum entre macho e fêmea solteiros não demorou para que começassem a sair juntos e coisa e tal...
Um dia, vendo onde aquilo podia dar, ele chegou para ela e falou num rasgo de sinceridade pouco comum entre apaixonados:
- Olha, sei que estamos bem, o sexo é bom e temos vários interesses em comum (ou será que queria dizer interesses incomuns?), por isto vou te fazer uma proposta:
- Eu não acredito em amor eterno e sei que tu és ambiciosa. Te proponho o seguinte: A gente continua junto, sem casar, cada um tendo sua vida e liberdade e eu, que tenho muito, patrocino os teus estudos e te dou uma mesada. Em troca tu continuas me dando sexo de boa qualidade e companheirismo, além, claro de infindáveis conversas em bom nível intelectual, ou seja nada que seja sacrificio para ti. O dia que tu puderes ou quiseres afastar-se de mim, terás toda a liberdade para me dar um chute e ir viver tua vida.
Ela olhou para ele com um olhar meio magoado e disse que ia pensar.
Não demorou muito. Sentindo que tinha pouco a perder ela acabou aceitando. Assim foi e assim pactuaram.
Os anos passaram e cada um cumpriu sua parte no trato, sem resentimentos e sem apegos. Ela estudou e virou executiva bem sucedida. Ele continuou tendo a carreira estável que sempre teve. Nunca se separaram e nem tiveram filhos (tiveram brigas e felicidades dentro dos conformes). Um dia ele perto dos setenta, ela com quarenta e tantos, foi acometido de grave doença que lhe levaria desta para a outra. Perto do desenlace ela lhe perguntou:
- Fiz tudo o que tu me pediste, pelo menos morres feliz?
- Querida, estes anos todos do teu lado foram os melhores da minha vida e não os trocaria por nada.
- Há é? Onde ias então quando dormias fora de casa ou viajava sem dar maiores satisfações?
- Na realidade não ia para lugar nenhum nestas ocasiões já que tinha contigo tudo o que necessitava. E tu? Porque, mesmo quando já não precisavas do meu dinheiro, não te separastes de mim?
- Quem disse que eu queria me separar de ti?
- É, acho que fomos o Amor um do outro!
- Sim, fomos o Amor um do outro.
Isto posto ele enlaçou a sua mão na dela e deu o tal "último suspiro"...
¿O AMOR NÃO É MESMO UM AMOR?
E quem dentre vós poderá dizer que isto não se sucedeu?
terça-feira, dezembro 13, 2005
Dois homens que me ensinaram boa parte do que sei sobre física e ciência, além de terem me dado asas para o sonho e incutido em mim uma crença inabalável em um futuro otimista para a humanidade (e para todos os outros seres). Em homenagem a eles republico um mini-conto que escrevi e publiquei originalmente no meu outro blog.
Em algum momento se encontraram. Não eram seres, não no sentido orgânico. Eram agregados de informações que tinham consciência de si mesmos. Eram livres e vagavam pelo universo junto com infinitos outros agregados. Mas os dois, que eram ilimitados como todos os outros, decidiram seguir próximos e trocar mensagens entre sí. Assim ficaram por uma eternidade dentro da Eternidade e, por se saberem ilimitados e portanto não conhecerem o que é a limitação, decidiram esperimenta-la juntos. Escolheram o pequeno planeta azul para isto. Ele foi na frente seguido por ela. Nasceram como seres organicos com anos de diferença entre o nascimento dele e o dela. Um dia novamente se encontraram. Se reconheceram pelo olhar, e se sentiram novamente plenos. E seguiram juntos experimentando a limitação...
domingo, dezembro 11, 2005
Era um dos defensores da Deusa. (Depois de muito tempo tinha "caido a ficha" e ele tinha se dado conta disto.) Não que ela precisace de defesa ou defensores. Na realidade ele defendia o que ela representava em termos de Amor, Humanismo, Afeto e Compaixão. Ele defendia princípios e valores em uma sociedade que previlegiava o Deus guerreiro e patriarcal e que colocava como obrigação, para homens e mulheres, a competição e o individualismo. A vida inteira tinha sido um cara fora dos padrões e pago o preço ( alto, por sinal ) por isso. Este pensamento, acompanhado de um "filme"de toda a sua vida surgiu num flash entre o impacto na cabeça e a escuridão.
Mais uma "vitória" dos iludidos pelo medo?
Caiu...
O resto...
Bem, o resto eu sei tanto tanto quanto vocês...
quarta-feira, dezembro 07, 2005
domingo, dezembro 04, 2005
Dedilhar o teclado acaba se tornando compulsão e dá vontade de escrever mesmo quando não se tem muito a dizer. O calor é de 32º, causando uma sensação de derretimento corporal e mental. Líquidos gelados caem bem, a cerveja é boa pedida, apesar de não substituir um bom e velho suco de laranja com gelo. O momento do final de tarde de domingo é sempre melancólico e levemente depresivo, pois anuncia a proximidade da segunda-feira e de mais uma semana cheia. Ninguém gostaria da eternização da sensação de descompromisso que o final de semana traz, todos, no fundo, gostamos do corre-corre semanal e seus múltiplos desafios que nos obrigam a permanentemente encarar mudanças, encontrar soluções e exercer a criatividade. Mesmo assim todo final de final de semana, de férias e toda a volta de viagem antecipam uma certa saudade do que poderiamos ter feito se tivessemos tido mais tempo (mais uma das nossas ilusões). Enfim, aproveitemos a noite de domingo da melhor maneira e que a segunda seja como todos os desejos de ano novo: "repleta de realizações".