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quarta-feira, novembro 03, 2004

Magda e Leandro IV (Por que a felicidade é quase nada).

Acordaram.
O domingo se anunciava perfeito para um casal apaixonado. Quente e brilhante, praticamente sem nuvens no céu. Um leve torpor pós-sono tomava os corpos ainda nus. Ficaram durante longos instantes se observando. A paixão substituída, naquele momento, pelos olhares de admiração e carinho mútuos.
- Você é linda. Falou ele enternecido.
- Daqui a alguns anos tu vais continuar achando isto? Perguntou ela com um sorriso meigo.
- Eu vou estar vivo daqui a alguns anos?
- Bobo...
Levantaram.

Ela se movimentava com leveza, quase movimentos de bailarina. Ele vestiu, com certo puritanismo, a cueca e a camiseta. Ela não fazia a mínima menção de se cobrir, ao contrário, parecia sentir bem-estar em permanecer nua.
- E agora, minha bem amada, o que resta para nós pobres mortais? Perguntou ele, divertidamente tentando parecer shakespeareano.
- Agora temos, Milord, uma donzela deflorada e uma tragédia anunciada... Respondeu ela entrando na brincadeira.
- Que tragédia, Milady?
- Eles estão condenados a ficarem juntos por toda a eternidade e a serem felizes para sempre...
- C`est terrible... Falou ele se aproximando e a abraçando carinhosamente, enquanto beijava seu pescoço.
- Vocês meninos só pensam em sexo, disse ela simulando desaprovação, enquanto se afastava lentamente.
- Não que eu não goste; ao contrário, adoro. Só que, neste exato momento, minha prioridade é a alimentação. Estou faminta, ainda mais depois de uma noite de orgia e depravações como a que tivemos... Disse ela sorrindo.
Foi para a cozinha, preparou duas torradas e dois copos de suco de laranja, voltou para a sala e ofereceu para ele.
Bom este livro? Perguntou ele, segurando o exemplar que havia visto marcado em cima do pequeno sofá.
- Sim, A mulher do viajante do tempo. É uma estória de um cara que viaja no tempo e acompanha diversas etapas da vida da mulher com quem termina casando. É bem romântico e especial para garotas sonhadoras como eu.
- Também sou sonhador, mas a vida nos chama para a luta aflita, temos projetos a executar, objetivos a alcançar e contas a pagar. Quando vemos estamos envelhecendo e deixando de acreditar no Papai Noel e em outras coisas importantes...
-Sei disto... Suspirou ela.
- Bom, vamos nos arrumar e sair, moço. A vida não é só festa...
- É passeio também.
Tomaram banho, se arrumaram, caminharam no parque, almoçaram em um pequeno e simpático restaurante e depois foram na Feira do Livro que estava acontecendo na cidade. Ele comprou Os Vagabundos Iluminados de Jack Kerouac (prometeu emprestar para ela após terminar de ler). E assim o domingo passou. No final da tarde cada um foi para o seu apartamento sem despedidas, pois ambos sabiam que estavam definitivamente juntos, mesmo que ocasionalmente separados. Nosso casal ainda tem muita coisa a fazer e a experimentar. Estão apaixonados. Alguém vai ter a coragem de torcer contra?

Recado para quem esta achando esta estória açucarada demais: Meu objetivo é justamente este: Chocar vocês pelo romantismo. Tipo Tom Jobim: Passarinho me conta então me diz, porque eu também não fui feliz?
Abraços, meu povo!



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