domingo, agosto 19, 2007
Tinha congelado na sua íris o momento do orgasmo dela. Essa imagem o perseguia mais que qualquer fantasma. A lembrança daquele instante lhe fazia esquecer até os demônios que queriam lhe afundar no mar escuro...
Aquele momento fora tão forte e tão carregado de estímulos sensoriais que ele obsessivamente tentava retê-lo. Sabia que não haveria repetição; não daquela forma, não daquele jeito e não naquele contexto. Ele agora sentia-se abandonado, mesmo tendo o fone dela, da protagonista daquele espetáculo onírico... Mas, de que adiantava isso? Só queria voltar no tempo e se auto-aprissionar naquele exato instante e ali permanecer séculos e séculos. Era mesmo um sonhador, um tolo sonhador...
Mas, também... Que maravilha de sonho seria!