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quinta-feira, setembro 30, 2004





O espelho reflete a nossa imagem.
Será que ele reflete também nossos sonhos, fantasias, e a nossa ALMA?


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segunda-feira, setembro 20, 2004

Quem dá aos pobres, empresta a Deus

Eu, que a pobreza de meus pobres cantos

Dei aos heróis - aos miseráveis grandes -,
Eu, que sou cego, - mas só peço luzes...
Que sou pequeno, - mas só fito os Andes...,
Canto nest'hora, como o bardo antigo
Das priscas eras, que bem longe vão,
O grande NADA dos heróis, que dormem
Do vasto pampa no funéreo chão ...

Duas grandezas neste instante cruzam-se

Duas realezas hoje aqui se abraçam!
Uma - é um livro laureado em luzes
Outra - uma espada, onde os lauréis se enlaçam
Nem cora o livro de ombrear co'o sabre
Nem cora o sabre de chamá-lo irmão
Quando em loureiros se biparte o gládio
Do vasto pampa no funéreo chão.

E foram grandes teus heróis, ó pátria,-

Mulher fecunda, que não cria escravos -,
Que ao trom da guerra soluçaste aos filhos:
"Parti - soldados, mas voltai-me - bravosl"
E qual Moema desgrenhada, altiva,
Eis tua prole, que se arroja então,
De um mar de glórias apartando as vagas
Do vasto pampa no funéreo chão.

E esses Leandros do Helesponto novo

Se resvalaram -foi no chão da história
Se tropeçaram - foi na eternidade
Se naufragaram - foi no mar da glória
E hoje o que resta dos heróis gigantes?
Aqui - os filhos que vos pedem pão

Além - a ossada, que branqueia a lua,
Do vasto pampa no funéreo chão.

Ai! quantas vezes a criança loura
Seu pai procura pequenina e nua,
E vai, brincando co'o vetusto sabre,
Sentar-se à espera no portal da rua...
Mísera mãe, sobre teu peito aquece
Esta avezinha, que não tem mais pão!
...Seu pai descansa - fulminado cedro -
Do vasto pampa no funéreo chão.

Mas, já que as águias lá no sul tombaram

E os filhos d'águias o Poder esquecem
É grande, é nobre, é gigantesco, é santo!...
Lançai - a esmola, e colhereis - a prece!...
Oh! dai a esmola... que do infante lindo
Por entre os dedos da pequena mão,
Ela transborda... e vai cair nas tumbas
Do vasto pampa no funéreo chão.

Há duas cousas neste mundo santas:
- O rir do infante, - o descansar do morto...
O berço - é a barca, que encalhou na vida,
A cova - é a barca do sidéreo porto...
E vós dissesses para o berço- Avante! -
Enquanto os nautas, que ao Eterno vão,
Os ossos deixam, qual na praia as âncoras,
Do vasto pampa no funéreo chão.

É santo o laço, em qu'hoje aqui s'estreitam

De heróicos troncos - os rebentos novos -!
É que são gêmeos dos heróis os filhos,
Inda que filhos de diversos povos!
Sim! me parece que nest'hora augusta
Os mortos saltam da feral mansão...
E um "bravo!" altivo de além-mar partindo
Rola do pampa no funéreo chão! ...

Castro Alves


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sábado, setembro 11, 2004

Fahrenheit 55º

Anoitecia.
Olhava pela janela a paisagem molhada pela chuva, A umidade baixava a sensação térmica. Pensava em que? Nem ele sabia ao certo. O fato é que dias cinzas o deixavam deprimido. Não sabia de onde vinha a tristeza e a melancolia. Se sentia desagradado e sonhava com passeios em campinas verdejantes e ensolaradas.
Putz - pensou - até os sonhos perderam a originalidade.


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segunda-feira, setembro 06, 2004

Os dias e momentos passam. O que temos feito em relação a isso?
"Mais vale uma boa pergunta que 1000 respostas."

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