sábado, agosto 28, 2004
(...)
Um velho Timbira, coberto de glória,
guardou a memória
do moço guerreiro, do velho Tupi!
E à noite, nas tabas, se alguém duvidava
do que ele contava,
dizia prudente: -«Meninos, eu vi!
Eu vi o brioso no largo terreiro
cantar prisioneiro
seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente, como era, chorou sem ter pejo;
parece que o vejo,
que o tenho nest'hora diante de mi.»
«Eu disse comigo: Que infâmia d'escravo!
Pois não, era um bravo;
Valente e brioso, como ele, não vi!
E à fé que vos digo: parece-me encanto
que quem chorou tanto,
tivesse a coragem que tinha o Tupi!»
Assim o Timbira, coberto de glória,
guardava a memória
do moço guerreiro, do velho Tupi.
E à noite nas tabas, se alguém duvidava
do que ele contava,
tornava prudente: «Meninos, eu vi!»
Um velho Timbira, coberto de glória,
guardou a memória
do moço guerreiro, do velho Tupi!
E à noite, nas tabas, se alguém duvidava
do que ele contava,
dizia prudente: -«Meninos, eu vi!
Eu vi o brioso no largo terreiro
cantar prisioneiro
seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente, como era, chorou sem ter pejo;
parece que o vejo,
que o tenho nest'hora diante de mi.»
«Eu disse comigo: Que infâmia d'escravo!
Pois não, era um bravo;
Valente e brioso, como ele, não vi!
E à fé que vos digo: parece-me encanto
que quem chorou tanto,
tivesse a coragem que tinha o Tupi!»
Assim o Timbira, coberto de glória,
guardava a memória
do moço guerreiro, do velho Tupi.
E à noite nas tabas, se alguém duvidava
do que ele contava,
tornava prudente: «Meninos, eu vi!»
"Y JUCA PIRAMA"
Antônio Gonçalves Dias
Após quase um mês e meio de auto-exílio da blogosfera...